Este artigo faz parte do conjunto de atividades promovidas pelo projeto Programa Artístico Familiar – PAF – PRONAC 223723 desenvolvido pelo Instituto Dara, patrocinado pelo Ministério da Cultura através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

Pelo menos 32 milhões de meninos e meninas no Brasil vivem na pobreza. O número representa 63% do total de crianças e adolescentes do país.
A pobreza é aqui entendida como multidimensional e implica fatores como renda, alimentação, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação, conforme apontado pela pesquisa Múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil, da Unicef (2023).

Tais fatores contextuais são fundamentais e devem ser considerados no planejamento, na execução e na avaliação de projetos sociais, especialmente, considerando o Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) 10, que trata da redução das desigualdades.

Enquanto ser social, todos os sistemas nos quais o indivíduo está inserido afetam seu desenvolvimento. Se as precariedades do ambiente familiar, do território e das relações sociais interferem na saúde física e mental, é também verdade que as ações de prevenção e intervenção para amenizar o sofrimento devem acontecer em todas
essas esferas de interação com a sociedade.

No âmbito da educação, o atendimento de crianças de 0 a 6 anos passa a ser um dever de Estado a partir da Constituição Brasileira de 1988 (BRASIL, 2016), e a educação infantil passa a fazer parte da educação básica com a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996 (BRASIL, 1996).
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), em seu Artigo 9o, os eixos das práticas pedagógicas para a educação infantil são as interações e as brincadeiras (BRASIL, 2010). Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções.

Direitos de aprendizagem

São direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador como da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. (BRASIL, 2018).

É nesta perspectiva, e com base nas concepções acima descritas, que o projeto Plano Artístico Familiar, voltada para a arte terapia, cultura, educação e desenvolvimento infantil é desenvolvido pelas equipes multidisciplinares do Instituto Dara.

Atividades para crianças de 2 a 7 anos

Brincadeiras que estimulam o pensamento simbólico, bem como o uso de palavras e imagens para representar objeto:

  • cozinha infantil;
  • telefone sem fio;
  • criações com massinha;
  • casa de bonecas com móveis;
  • morto-vivo;
  • dobraduras;
  • contação de história;
  • jogo da memória;
  • brincadeira da estátua;
  • pular corda;
  • amarelinha;
  • bambolê;
  • dança.

 

Nesta fase, espera-se que as crianças:

– Comecem a pensar simbolicamente e aprendam a usar palavras e imagens para representar objetos.
– As bases do desenvolvimento da linguagem podem ter sido estabelecidas durante a fase anterior, porém é nesta fase que as crianças consolidam a linguagem.

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