Inúmeras estratégias de sobrevivência sempre existiram em territórios periféricos. Ainda assim, os desafios continuam sendo imensos. Para enfrentá-los, muitas comunidades se unem para pensar soluções e implementar ações concretas de transformação. E é sobre algumas dessas histórias e possibilidades que vamos tratar neste artigo.
Foi a partir da experiência da Fundação Tide Setúbal no bairro do Jardim Lapena, em São Paulo, entre 2017 e 2019, que foi elaborado um guia com exemplos de práticas e estratégias para melhorar a vida da comunidade. A experiência teve como base uma metodologia de trabalho desenvolvida em parceria com o Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp-FGV), o Colegiado do Plano de Bairro Jardim Lapena e a comunidade.
Guia apresenta uma metodologia de trabalho e um repertório de práticas que podem servir de referência para organizações não governamentais, universidades, gestores públicos, investidores sociais privados, coletivos culturais, negócios sociais, instituições religiosas, lideranças comunitárias, entre outros, que desejam implementar processos de mobilização e de estímulo à participação social com vista a construir Planos de Bairro ou gerar engajamento em torno de outras iniciativas e projetos. Um plano de bairro é uma ferramenta para participação cidadã na solução dos problemas cotidianos, onde os moradores possam se expressar, falar de suas necessidades, elencar prioridades e trabalhar juntos para a melhoria por exemplo, da iluminação, esgoto, coleta de lixo. O material também traz exemplos de ações que os próprios moradores podem realizar, como, por exemplo, manter organizações de praças, ações de educação e conscientização. Uma das dicas é ouvir a maior quantidade de moradores que for possível, reunindo pessoas em oficinas que identifiquem os problemas, pensem soluções conjuntas e priorizem as que devem ser executadas. No Jardim Lapena, a metodologia seguiu as seguintes etapas:
- mapeamento das organizações e lideranças
- criação de grupo gestor
- diagnóstico do bairro
- elaboração de propostas
- pactuação e priorização
- aprovação com poder público.
Acesse a publicação completa do Territórios de Direitos e saiba mais informações sobre como implementar iniciativas no seu bairro ou comunidade.
Ana Santos, Agricultora urbana e educadora, moradora da Terra Prometida, na periferia do Rio de Janeiro, conta como a comunidade se organiza para promover uma agricultura sustentável e educar crianças e adolescentes para o cuidado com o meio ambiente. Amanda Costa, Mahryan Sampaio e Gabriela Alves, jovens cofundadoras do Instituto Perifa Sustentável, de Brasilândia, São Paulo, mobilizam os moradores e lutar pela justiça climática. Apresentada pelo Greenpeace Brasil e produzida pelo estúdio FALA, a minissérie documental Eu Mais Um Mais conta, em três episódios, apresenta histórias de iniciativas comunitárias de populações negras, periféricas, indígenas e quilombolas para conectar mundos, salvar vidas e oferecer caminhos para enfrentar as desigualdades sociais e raciais no Brasil em um contexto de crise climática.
Enquanto isso, Tereza Cristina Souza de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Análise de água e qualidade ambiental (LAQUA – NUSEC) da Universidade Federal do Amazonas, preocupada com a contaminação por mercúrio, resultado do avanço dos garimpos na maior bacia de água doce do mundo, criou um sistema de purificação de água a partir da transformação do coco do açaí em carvão ativado. Ela percorre os rios e igarapés da Amazônia ensinando comunidades ribeirinhas e povos originários a tratar a água e preservar a saúde. A história completa pode ser assistida na séria Amazônia: Novas histórias, disponível na plataforma Globoplay.
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